sexta-feira, 27 de março de 2009

Por que as ruas são privadas de totós?

Acho literalmente uma merda, uma falta de respeito de quem tem seu lindo cãozinho, deixá-lo cagar nas ruas. Na verdade, o problema não é a merda em si, mas o fato de ela ficar justamente na calçada. Qual é o problema dessa gente?

Todos os dias, ao levar a Ana para a escola, deparamo-nos com merdas para todos os gostos! Maiores, menores, mais pastosas... Os aromas então... São aquela delícia! Hoje, por exemplo, tinha até uma nova pedida: vômito de cachorro! Sei que era de cachorro porque o vômito era composto de ração.

Mas a culpa não é dos companheiros peludos. Adoro cachorros! Apesar de admitir que a falta de convivência com eles acabou me tornando medrosa, principalmente quando se trata de exemplares de grande porte, mesmo que sejam inofensivos.

O problema são os donos, porcos relaxados, porcos imundos! Se as senhorinhas já estão muito velhas para se abaixarem e catarem as cagadas de seus animaizinhos, que não os levem para o passeio! Porra, é foda ter que caminhar na CALÇADA, que foi criada com essa finalidade, de ser um lugar seguro para os "passantes passarem" sem serem admoestados por carros ou outro tipo de veículo, mas ela é ao mesmo tempo uma zona de guerra, pois há minas para todos os lados!!!

Se você não for atento, pode pisar numa que vai acabar com o seu bom-humor!

Levem seus cachorro para cagar em terrenos baldios, mas melhor do que isso, juntem os charutos "das crianças", ou melhor ainda, se você gosta ou não se importa se o seu cachorrinho está emporcalhando as ruas, deixe que ele comece a cagar dentro da sua casa, em cima da sua cama quem sabe, eu não me importaria... hehe

Falando em charutos, hoje uma surpresa!

Fazia tempo que não via um despacho, mas ao desviar de uma merdinha seca, que ontem ainda tinha o frescor das manhãs, hoje vi numa sarjeta dois charutos, e ainda bem inocente pensei: "Nossa, são charutos? Quem deixaria cair dois charutos no chão e iria embora?" Daí me toquei que perto dos charutos havia uma garrafa de plástico de cachaça vagabunda e um copo quebrado.

Não bastam as merdas caninas, ainda temos que conviver com despachos de pessoas que não têm competência para conseguir alguma coisa, e por isso recorrem a essas ridículas "saídas".

Beijinhos de merda para vocês, e que a pomba-gira nos abençoe! ;)

quinta-feira, 19 de março de 2009

Mudei de idéia...

Lendo o resto do conto, vi que ele estava tão cheio de clichês, pior do que aqueles livrinhos de 1 real vendidos em sebos!
Por isso, desisti de continuar colocando-o aqui.
Ele é trash demais! hehehe

Em compensação, vou colocar uma definição de mulher aqui, espero que gostem!

"Apaixonadas, tolas, libertinas, doidivanas, mexeriqueiras, frívolas, volúveis, ignorantes, sem conselho de representação, fracas, descuidadas, atrevidas, orgulhosas, caprichosas, leva-e-traz, abelhudas, boateiras, más-línguas, maldosas e sob todos os aspectos EMPORCALHADAS COM OS REFUGOS DA ESTERQUEIRA DO DEMÔNIO."

(Esta frase pertence a um Bispo de Londres, da época da Rainha Elizabeth)

E eu adorei a última parte! Além de me identificar com a maioria das "virtudes" por ele citadas, adoro quando as mulheres são colocadas como os restos dos excrementos do Capeta! Muahahahahahaha!!!!

=D

Não, não acho que somos nada disso, mããããs, penso que o legal de acharem que as mulheres de séculos atrás eram bruxas, ignorantes e seres sem alma, deve-se ao fato de que os homens nunca nos entenderão, e aquilo que não entendem, assim como os céticos pensam, simplesmente não tem valor.


sexta-feira, 13 de março de 2009

Maníaca, eu?

O que posso fazer, se o que me agrada são as pequenas – e desnecessárias para muitos – tarefas metódicas?
E o método é tosco, nada que envolva uma teoria ou objetivo, serve na verdade como atividade terapêutica, e reconheço, isso é um objetivo.
Sabe aquelas escovas tremendamente cheias de cabelos? Em especial as minhas, visto que deve haver mais cabelos nas escovas e pelo chão da minha casa do que na minha cabeça, mas isso não importa, o estresse ainda vai me deixar careca, ou talvez a falta de vegetais na minha vida... mas voltando...
Adoro limpá-las! Parece uma estranha mania (não limpar, porque isso todo mundo faz, mas acho que não do jeito que eu executo a tarefa – hehe), mas eu tiro todos, todos os fios das escovas que tenho, periodicamente.
Mas a maior diversão não é tirar os fios, e sim as sujeirinhas que ficam incrustadas no fundo das cerdas. Para elas, que imagino serem provenientes de fiapos muito pequenos de tecido, penungens que pairam pelo ar, e também de toda a sebosidade que está presente em toda bela cabeleira, para essa sujeirinha em especial uso um instrumento específico, mas que não foi criado para esse fim.
Uso um palito de metal, com pontas “afiadas”, que serve para retirar o excesso de esmalte das unhas. O meu é mais usado para remover as “sujidades” das escovas de cabelo.
E lá vou eu, cerda por cerda removendo cada uma das sujeirinhas até que a escova fique tão limpa, a ponto de você poder usá-la sem nojo, até a próxima semana. =P
Com dinheiro também tenho os meus métodos, mas só quando não estou com preguiça, se bem que isso se estende para qualquer coisa que eu faça.
Adoro arrumar as notas na carteira, que além de seguirem ordem crescente, primeiro as notas mais baixas, as mais altas ficam no fundo da carteira, mas isso acho que todo mundo faz – eu sempre acho que todo mundo faz para que eu não me sinta tremendamente mal por me importar com coisas tão insignificantes – o lance é que se, por exemplo, eu tenho duas notas de um real, fica na frente a que estiver mais “acabadinha”, para eu gastá-la primeiro, e assim ficar por mais tempo com a nota mais conservada.
Isso só pode ser coisa de gente com TOC, porque se eu vou gastar tudo o que tem na carteira mesmo... qual a diferença entre ficar com uma nota mais velha ou mais nova? Nenhuma, eu sei, fazer o quê?
Também adoro cheirar notas novinhas... dinheiro tem um cheiro tão bom quanto o de livros novos, gasolina, roupa nova, manteiga de cacau, carro novo, adesivo ou pamonha!
Tá bom, parei...

terça-feira, 10 de março de 2009

Começar de novo...

É assim, nas pequenas mudanças, que mudamos toda a nossa vida.

Nos pequenos comportamentos aos quais conseguimos nos condicionar (ainda não me condicionei a nenhum, mas sinto que há algo novo começando!); no sofá que será reformado; nos armários dos banheiros que serão melhor aproveitados; nas aulas de inglês; na formatura que se aproxima; no fato de minha pequena crescer um pouco mais a cada dia, e de eu não me furtar de contar isso ao pai dela, mesmo não gostando muito da idéia, não posso privá-la de conviver com ele, um dia.

Sinto isso no meu esforço de "correr" de mentirinha, e de perceber uma musculatura um pouco mais tonificada (?), na tentativa de fazer o amor dar certo com a pessoa que eu escolhi, de aprender com ele, e de permitir que ele aprenda comigo, e é isso...

Nossas vidas são escolhas, e eu quero muito escolher a felicidade!

Não a plena, que não existe, mas a de todos os dias, a de ver que eu sou responsável por mim mesma; de ouvir minha consciência brigando comigo quando como demais, penso demais, desconfio demais, encrenco demais ou gostaria de gastar demais!

As consequências sempre aparecem, cedo ou tarde tudo tem volta, e é muito mais gostoso quando a volta é boa. Quando vem com a experiência satisfatória, aquela que se quer repetir, e não a dura lição que não se quer viver de novo.

Quando os sentidos que criamos para vida se perdem, é hora de criar novos! E acreditar neles... aulas de dramaturgia me fizeram pensar em tragédias, já que nossas vidas são tragédias na iminência de acontecer; por isso criamos os sentidos, a beleza, as necessidades, para nos distrair do caminho que nos leva à morte.

E já que estou construindo sentidos mais felizes e agradáveis, pensemos nos meios e não no fim, porque o fim é igual para todos, o que muda é o caminho que trilhamos até ele, e é nesse caminho, que pode ser mais ou menos tortuoso - isso depende de nós - que está aquilo que chamamos felicidade.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Pois é, pra que?

O automóvel corre
A lembrança morre
O suor escorre
E molha a calçada
A verdade na rua
A verdade no povo
A mulher toda nua
Mas nada de novo
A revolta latente
Que ninguém vê
E nem sabe se sente
Pois é, prá que?

O imposto, a conta
O bazar barato
O relógio aponta
O momento exato
Da morte incerta
A gravata enforca
O sapato aperta
O país exporta
E na minha porta
Ninguém quer ver
Uma sombra morta
Pois é, prá que?

Que rapaz é esse?
Que estranho canto
Seu rosto é santo
Seu canto é tudo
Saiu do nada
Da dor fingida
Desceu a estrada
Subiu na vida
A menina aflita
Ele não quer ver
A guitarra excita
Pois é, prá que?

A fome, a doença
O esporte, a gincana
A praia compensa
O trabalho a semana
O chopp, o cinema
O amor que atenua
Um tiro no peito
O sangue na rua
A fome, a doença
Não sei mais porque
Que noite, que lua
Meu bem, prá que?

O patrão sustenta
O café, o almoço
O jornal comenta
Um rapaz tão moço
O calor aumenta
A família cresce
O cientista inventa
Uma flor que parece
A razão mais segura
Prá ninguém saber
De outra flor
Que tortura...

No fim do mundo
Tem um tesouro
Quem for primeiro
Carrega o ouro
A vida passa no meu cigarro
Quem tem mais pressa
Que arranje um carro
Prá andar ligeiro
Sem ter porque
Sem ter prá onde
Pois é, prá que?
Pois é, prá que?
Pois é!

.Sidney Müller.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Eu sou duas

Não sei o que me desperta, não sei o que me apaixona. Sei que sou duas: uma é tão boa que qualquer um consegue enganar; a outra é ira. Eu sou ira, medo, tristeza e posse. Quero nos outros o que não tenho em mim mesma.
Quero amor, paz e sossego, justamente porque não sei o que isso significa, nem nunca vou saber. Não se pode dar aquilo que não se tem, mesmo assim eu esperei receber aquilo que nunca havia dado a ninguém.
Eu compro as pessoas, é mais fácil do que ter que lidar com elas, e comigo mesma.
Mas eu não sou tão ruim, ninguém o é. Meu lado bom é tão bom que chora por tudo, é tão bom que se anula pelo outro, é tão bom que não consegue dizer não, é tão bom que sofre por quem não precisa, e dorme sempre tão bem por nunca ter desejado nada de ruim a ninguém, a não ser da boca pra fora.
Cansei da vida dos rigores, dos pudores, das regras.
Queria saber como é cair lá do alto, sentir o frio e a emoção de ver tudo passar depressa, sem dor, apenas o vento e a velocidade que nos dão a sensação de voar para a liberdade.
Sinto uma raiva imensa dentro de mim, e essa raiva é de mim mesma. De não ser quem eu gostaria, de me ver diminuída pelos outros, e de ajudá-los a me ver assim.
Não tenho amigos, não tenho ninguém. Todo mundo nasce e morre sozinho, mas assim também passa a vida inteira. Sempre sozinho.
Eu comigo mesma. Eu, ira. Eu, bondade. O problema é que estamos em desequilíbrio, e ainda não sei quem vai se sobressair, ou se as duas conseguirão se apaziguar. Não sei. Junto com a raiva, há dentro de mim o infinito, o infinito mesmo.
E eu não sou igual a ninguém...

domingo, 1 de março de 2009

Vida de modelar

Ah, as casinhas de massinha de modelar...
Comecei com elas na 6ª série, sem querer. Eu tinha alguma atividade na escola que pedia que fizéssemos um dado, de qualquer material, e o levássemos para a aula. Pensei que seria legal fazer um dado de massinha, mas como não tinha em casa, fui comprá-la.
Desde pequena adorava as massinhas Play Doh, que na época chamávamos de super massa. Eu já tivera alguns potes, e com essa massinha já pudera sentir o gosto (literalmente, porque como boa criança, uma vez provei um pedacinho: é salgada!) de manuseá-la e criar o que quisesse, e eu já fui muito criativa! Vocês verão!
Então... com a nostalgia que esse agradável “brinquedo” me trazia, fui atrás de um pote modelar meu dado. Encontrei um pote de 1kg! Era um sonho! Era branca! Com tudo aquilo poderia fazer meu dado e ainda sobraria muito para que eu usasse do jeito que me apetecesse!!!
Peguei quantidade que equivalia a um ovo de galinha, modelei meu dado, fiz os pontinhos que correspondiam aos números e levei-o para a escola.
Cada um dos alunos mostrou os eu, e depois todos ficariam expostos na sala por alguns dias. Não preciso dizer que no outro dia meu dado já não tinha o formato “cubístico”, característico de todos os dados. Ele estava tão amassado que mais parecia massa de pão “descansando antes de ir para o forno”.
Eu fiquei triste, puta na verdade, porque meu dado criativo virara um chiclete mastigado, mas pensando nisso hoje, e é bem provável que eu não tenha pensado na época, mas aquela não havia sido mesmo uma boa idéia...
Fim da história do dado!
Mas eu chego agora na parte que me agrada de verdade! O que eu fiz com o resto da massinha!
Ah, fiz grandes casa, famílias grandes e felizes em seus carros, que projetados por mim, nada mais eram do que banheiras com divisórias...
Eu pegava livros da minha mãe que tivessem capas-duras, e que suas contra-capas fossem lisas, sem nada escrito nelas. E era sobre estes livros que eu fazia as plantas baixas das casinhas (até hoje adoro ver plantas baixas de imóveis). Fazia a divisória dos cômodos, era a engenheira, e não havia nada que não pudesse ser feito. As casinhas não tinham paredes, e o que determinava se se trataria de uma mansão ou de uma casa de dois quartos, era o tamanho do livro, ou livros, porque às vezes eu juntava dois deles.
Meus dois dicionários da Xuxa (quem tem a minha idade deve lembrar-se deles) viraram uma mansão enorme! Criava a pequena mobília: sofás, poltronas, tapetes, esculturas, pias, camas, cadeiras, mesas, criados-mudos, cobertas, travesseiros, banheiras, almofadas, televisores, vídeos-cassete (na época), aparelhos de som, livrinhos, cômodas, penteadeiras, guarda-roupas, berços, carrinhos de bebê... e cada cômodo tinha um estilo diferente. Ah, também havia banquetas e o balcão em “L” da cozinha.
Ninguém além de mim diria que o pequeno quadradinho era uma televisão, ou que a pequena caixinha aberta com uma alcinha era o carrinho de bebê, mas era, e era tudo meu. Particularmente meu. Era meu pequeno mundo de modelar.
E era tudo branco. Apenas os membros da família eram coloridos. Eles não tinham forma humana. Pareciam gotas, sendo que a parte mais gordinha era achatada para que eles ficassem “em pé”, hehe! Eles eu pintava com canetinha hidrocor.
Azul-marinho era o pai, o filho era azul-claro. A mãe era vermelha, a filha, rosa, e o bebê era de alguma cor clarinha que lembrasse se tratar de um bebê (o que no fundo, era impossível). Reparem aqui que as cores azul para menino e vermelho para menina seguiam os padrões da “normalidade”, na época em que eu achava que não poderia ser diferente. A cor que é de um não poderia ser de outro, com risco de que suas características sexuais fossem afetadas por elas. Eu mudei, mas há ainda quem pense, com veemência, assim –hehe.
Eram a minha família perfeita, com a vida perfeita, sempre perturbada por algum pequeno conflito causado por algum outro homem-gota sem rosto, braços ou pernas. Mas eram os pequenos inconvenientes pelos quais até mesmo uma família perfeita deveria passar de vez em quando.
Depois que essa massinha criou sobre si pequenos cristais, perdeu toda a sua maciez por estar exposta, o que a deixava quebradiça e impossível de modelar novamente, eu a substituí por massinhas coloridas e mais populares, que nunca secavam.
Daí minhas casinhas tornaram-se coloridas, minhas piscina em formato de lago ficou azul, fiz árvores com folhas em dois tons de verde, e florzinhas que decoravam os jardins! Tudo colorido! Misturava cores e tinha mais variedade, novos personagens e situações.
Eu sempre representava a “mamãe”, aquela super-perfeita! Que era amiga dos filhos, boa esposa, feliz, bem-educada, boa amiga, bem sucedida, trabalhava fora, cozinhava bem , tinha bom gosto, era linda... Quando me cansava disso, desmontava a mansão e criava uma casa menor, para uma “mulher independente, jovem e sem filhos”.
Eu era Deus no meu mundinho de mentira. Eu modelava as pessoas, os lugares. Eu criava as situações e os problemas, porque não daria para ser sempre feliz, e seu eu enjoasse de cuidar da casa perfeita que tinha tudo que eu não tinha – e não falo só dos bens materiais, mas do sossego e da sensação de carinho e aconchego de uma família feliz – ; se eu cansasse de brincar que era amada por aquela família de propaganda de margarina que eu não tinha; se eu não quisesse mais ser aquela personagem super-independente que não devia nada a ninguém, tudo bem, eu poderia.
Poderia misturar tudo de volta, ou poderia simplesmente voltar para a vida da menina de 11, 12 anos que usava a criatividade para modelar o que ela, quando menina, acreditava que seria uma grande possibilidade de futuro.